A Escola de Psicanálise de Brasília (EPB) organiza anualmente esses eventos com o intuito de debater questões sociais articuladas com a psicanálise, e que estão presentes cotidianamente na clínica, levando os analistas a se interpelarem sobre seu papel na contemporaneidade.
Desde a sua criação, o conhecimento da psicanálise tem avançado na medida em que se dispõe a refletir e a propor novos olhares para essas questões, atualizando o pensamento freudiano e se estabelecendo diante das problemáticas impostas pelo seu tempo. A dimensão política e social, marcada por uma postura que atrela clínica e crítica social, é algo inerente ao discurso psicanalítico. Cabe aos candidatos exercê-la, considerando as condições históricas, materiais e culturais que o cercam.
Os seminários da Escola de Psicanálise de Brasília são encontros anuais que visam ampliar a discussão dessas temáticas contemporâneas que se articulam com a Psicanálise. Nesses encontros, organizados em parcerias com instituições públicas e privadas, convidamos pesquisadores para conduzirem reflexões sobre assuntos que permeiam as relações intersubjetivas no contexto da clínica e da cultura.
Gênero, Psicanálise e Diversidade
No nosso período histórico, falar de diversidade, identidade e psicanálise pressupõe refletirmos sobre a dinâmica naturalizante da sexualidade que ainda vigora nas representações e práticas sociais na atualidade.
Para isso, precisamos discutir as vicissitudes do sistema sexo-gênero-orientação sexual: do ponto de vista da biologia, o sexo é definido pelos genitais, constituindo o macho, a fêmea e outras manifestações. O gênero refere-se ao conjunto de representações e papeis sociais atribuídos e desempenhados pelas pessoas nos diversos espaços sociais e nas relações subjetivas. Já a orientação sexual diz respeito ao desejo e suas manifestações contingenciais com relação à escolha de objeto.
Vários fatores contribuíram para a revolução histórico-social que estamos vivendo hoje, dentre os tais, destaca-se: os movimento feministas, a entrada da mulher no mercado de trabalho, o surgimento da pílula anticoncepcional (distinção entre sexualidade e reprodução), a crise da família nuclear burguesa (monogâmica e heterossexual), as políticas de visibilidade dos movimentos LGBTQIA+, a despatologização das identidades trans.
Diante desse cenário, surgem algumas questões que conduzem a discussão empreendida neste seminário:
– Como a psicanálise pode contribuir para a promoção de um contexto social que leva em conta as diferenças e promove a diversidade?
– As novas leituras das relações entre sexo, gênero, desejo e orientação sexual constituem, de fato, novos paradigmas para se pensar as relações do sujeito com o pulsional, com a dimensão narcísica, com a alteridade, com a falta e com o Outro?
Saúde Mental e Trabalho
O contexto neoliberal acirrado em que as relações de trabalho se constituem atualmente são promotores de diversos problemas relativos à saúde mental. Para que possamos compreender os mecanismos subjacentes à produção e à manutenção desses transtornos, recorremos à Psicodinâmica do Trabalho (PdT). Essa teoria de base psicanalítica defende que a natureza do trabalho é passível de anomalias, acontecimentos inesperados, incoerências e relações intersubjetivas não estruturadas. Dessa forma, há uma distância entre o trabalho prescrito e o trabalho real, levando o trabalhador a criar as condições para a sua efetivação. Esse processo se dá a partir de inúmeros conflitos no seio das organizações.
Nesse seminário, discutimos os modos pelos quais as novas configurações sociais, culturais, políticas e econômicas engendram sofrimentos patogênicos ao trabalhador, que se vê impossibilitado de assimilar sua criatividade subjetiva ao contexto de trabalho em que está inserido. Além disso, discutimos como as exigências de trabalho atuais precarizam as relações e não possibilitam a emergência de invenção subjetiva no empreendimento laboral.
Recorremos à PdT como ferramenta teórico-prática que investiga a clínica da do trabalho, partindo de uma concepção de sujeito que abrange a psicanálise e a teoria social. Nesse evento, organizamos palestras, oficinas e mesas redondas para uma reflexão plural e propositiva sobre essas questões tão presentes na clínica psicanalítica atual.
No contexto atual, as novas configurações políticas, econômicas e culturais engendram novos vínculos de trabalho, emergindo diversos conflitos subjacentes às relações entre as pessoas nas instituições sociais onde o trabalho se efetiva. Pesquisas atuais mostram que a competição é uma lógica perversa presente nas relações de trabalho, desencadeando doenças laborais e insegurança. Esse cenário demanda uma formação de psicanalistas que escutem essas manifestações de sofrimento advindas do mundo do trabalho, e as reconheça como indutoras de transtornos patogênicos.
Psicanálise com Crianças e Adolescentes
A psicanálise com crianças e adolescentes tem como pressuposto um sujeito de desejo que precisa ser reconhecido na dinâmica do processo desenvolvido na clínica psicanalítica. Sendo assim, o objetivo desse seminário anual é promover uma reflexão sobre a escuta e o manejo da clínica com crianças, de modo a emergir as formas pelas quais ela se relaciona com o seu desejo na posição com o Outro.
Ainda que a criança não busque por si mesma o tratamento psicanalítico, entendemos que a clínica não pode ser um espaço de adequação aos ideais impostos pela família e pela cultura. É preciso que a escuta psicanalítica se constitua como a criação de um espaço de fala para crianças, considerando as nuances da clínica.
Nesse cenário, algumas questões emergentes sobre as condições da psicanálise com crianças emergem nessa discussão: quem é a criança que chega para tratamento psicológico? Quais as particularidades do adoecimento na infância? Do ponto de vista psíquico, como tratar um sujeito respeitado em sua própria capacidade de viver e a de ser escutada a partir de seu próprio desejo? Qual o papel do brincar na clínica psicanalítica?
A Psicanálise é uma práxis, pois não se dissocia a construção teórico-conceitual do contexto clínico. Nesse sentido, os Seminários Clínicos constituem espaços para a discussão de estudos de caso conduzidos por psicanalistas em formação que atendem nas clínicas sociais coordenadas pela Instituto Kalile. Nesses encontros, articulamos os achados clínicos com a teoria psicanalítica, sob à condução dos psicanalistas supervisores da Escola de Psicanálise de Brasília.
- Presencial
- Online
- Híbrido
Mensal
(Última quarta-feira de cada mês)
- 1 hora e 45 minutos
A Psicanálise é uma práxis, pois não se dissocia a construção teórico-conceitual do contexto clínico. Nesse sentido, os Seminários Clínicos constituem espaços para a discussão de estudos de caso conduzidos por psicanalistas em formação que atendem nas clínicas sociais coordenadas pela Instituto Kalile. Nesses encontros, articulamos os achados clínicos com a teoria psicanalítica, sob à condução dos psicanalistas supervisores da Escola de Psicanálise de Brasília.
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